Todo o nosso corpo passa por mudanças durante o processo de envelhecimento que são absolutamente naturais, incluindo o nosso cérebro. Entre elas, o número de células nervosas pode diminuir, assim como pode existir uma diminuição do funcionamento e até mesmo uma diminuição das áreas do cérebro.
Entretanto, e é isso que a Geriatria Vivendas do Menino Deus gostaria de elucidar, isso não significa uma perda de função do cérebro necessariamente. Alguns tipos de memória, como aquela que ajuda a guardar informações de forma temporária, são mais vulneráveis – por isso é mais fácil que a pessoa idosa esqueça se tomou seus remédios ou onde colocou a chave de casa.
O cérebro tem mecanismos para proteger-se que, salvo problemas neurológicos ou vasculares, o mantém em plena capacidade até o fim da vida. Em primeiro lugar, o cérebro possui redundância, isto é, ele tem mais células do que realmente precisa para funcionar, assim, a perda de células pela velhice ou doenças pode ser compensada.
Além disso, o cérebro ativamente produz novas conexões entre as células nervosas para compensar as suas perdas – imagine que era preciso passar pela célula B para ir da célula A até a C; se perdemos a célula B, a conexão é rompida, mas o cérebro forma então uma nova conexão entre as células A e C a fim de compensar a perda.
Por fim, áreas do cérebro como o hipocampo e os gânglios basais são capazes de produzir novas células nervosas, especialmente após uma lesão ou acidente vascular cerebral, o famoso AVC. É por isso que pessoas com lesões ou AVC podem recuperar ou aprender novas habilidades, principalmente se fazem uso de fisioterapia e terapia ocupacional.