Da mesma forma que o restante de nosso corpo, o sistema digestório também envelhece e passa por diversas mudanças. Durante o envelhecimento, o sistema digestório é afetado de diversas formas, mas essas alterações são normais e não impedem que a pessoa tenha uma vida ativa e saudável.
Entretanto, é importante entender que mudanças são naturais, conforme veremos a seguir, para diferenciá-las de situações decorrentes de problemas de saúde. Nesta publicação, iremos tratar das mudanças que acontecem no esôfago e no estômago.
O esôfago é um órgão que possui a função de transportar os alimentos da boca até o estômago através de contrações musculares também chamadas de movimentos peristálticos, sendo que ele possui duas estruturas (esfíncteres) que controlam a passagem dos alimentos nas extremidades, isto é, da boca para o esôfago e do esôfago para o estômago.
Com o envelhecimento, há uma diminuição da pressão do esfíncter superior do esôfago, levando a maior incidência de refluxo e hérnia de hiato em pessoas idosas. Além disso, há redução do movimento peristáltico e relaxamento do esfíncter inferior, o que pode causar engasgos, disfagia (dificuldade para engolir), e sensação de retenção de alimento na garganta.
Por sua vez, o nosso estômago tem a função de misturar os alimentos com os sucos digestivos para formar uma pasta que é direcionada ao intestino delgado a fim de dar continuidade na digestão. Com o envelhecimento, há diminuição na produção de ácido clorídrico, dificultando a digestão; elevação do tempo de esvaziamento gástrico, isto é, do tempo que leva para aquela pasta citada anteriormente seguir para o intestino delgado; diminuição do fluxo sanguíneo para a mucosa gástrica do estômago, aumento o risco de úlceras, e aumento da prevalência da bactéria H. pylori, podendo causar indigestão e arrotos frequentes, entre outros problemas.